Livraria Ferin, Editora, Lisboa, 1934. In-8.º de 286-(2) págs. Br.
António Maria de Sousa Sardinha (Monforte, 9 de Setembro de 1887 — Elvas, 10 de Janeiro de 1925) foi um político e poeta português. Destacou-se como ensaísta e polemista, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A sua defesa de uma monarquia tradicional, orgânica, antiparlamentar serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português da primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável para os monárquicos que recusaram condescender com o salazarismo.
António Sardinha foi um adversário da Monarquia da Carta (1834-1910) chegando, no tempo de estudante na Universidade de Coimbra, a defender a implantação de uma República Portuguesa. Depois de 5 de Outubro de 1910, profundamente desiludido, acabou por se converter ao ideário realista da monarquia orgânica, tradicionalista, antiparlamentar do "integralismo lusitano", de que foi um dos mais destacados defensores.
A lusitana antiga liberdade do verso de Luís de Camões era uma referência dos integralistas, tendo no municipalismo e no sindicalismo duas palavras-chave de um ideário político que não dispensava o Rei, entendido como o Procurador do Povo e o melhor garante e defensor das liberdades republicanas.