Imprensa Nacional, Lisboa, 1850. In-8º de 24 págs. Br. Exemplar com ligeiros picos de acidez na capa.
Ópusculo muito importante e curioso na história da cartografia topográfica portuguesa.
É a resposta de Filipe Folque às críticas de Marino Franzini sobre o seu de projecto de elaboração do mapa geodésico e cadastral de Portugal e que deu origem a uma acesa polémica entre ambos.
Filipe Folque considerou os reparos de Franzini inexactos e contraditórios acerca dos trabalhos que superintendia, na sua resposta descreve rigorosamente os meios materiais e humanos necessários para um levantamento cartográfico do país, considerando assim inconsistente a argumentação de Franzini.
Para Folque era também impensável que qualquer governo desprezasse projectos simplesmente porque apenas podiam ser concluídos em gerações futuras:
A idade das nações não se pode avaliar pela idade dos homens, (...) se um homem de Estado rejeitasse uma medida governativa ou uma instituição reconhecidamente util e vantajosa ao seu paiz, só porque elle ou a geração presente já não podia tirar della toda a vantagem, um tal homem seria antes um verdadeiro egoista, porque unicamente tratava de desfructar tudo de bom, que lhe deixaram, sem lhe importar, quem ha de vir.
Folque finaliza a sua argumentação acusando Franzini de intencionalmente pretender denegrir os serviços que dirigia.
A immensa publicidade que S. Exa. deu a seu artigo; a escolha da épocha, proxima da discussão do Orçamento (...), tudo nos leva a acreditar que S. Ex.ª procura indispôr a opinião das Camaras, do Governo, e do Publico contra os Trabalhos Geodesicos e Topographicos do Reino, afim de se annullar a verba do Orçamento, que lhes é destinada. Será possível que S. Ex.ª o consiga? Se tal acontecer não lhe invejamos a gloria; a historia das sciencias lhe fará a justiça devida; e no silencio do nosso gabinete lamentaremos esta vergonha nacional.