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Typographia Aurora do Cavado, Editor R.V., Barcellos, 1894. In-8º de 2 tomos encadernados num volume com 253 e 84 págs. respectivamente. Encadernação moderna inteira de percalina azul com dizeres dourados na lombada. Impressão sobre papel encorpado, ligeiramente acidificado sem no entanto perder, em nada, a sua rigidez e estrutura sólida primitiva. Aparo marginal, insignificante e muiti ténue mancha que ocupa o terço inferior das páginas. Apesar dos defeitos apontados, é um belíssimo exemplar deste livro já raro no mercado, com tiragem reduzida.
Edição original conservando ambas as capas de brochura, restauradas na charneira.
O autor ANTÓNIO FRANCISCO BARATA (1836-1910), foi barbeiro e conviveu com os grandes vultos da academia de Coimbra do seu tempo. Este livro é de maior interesse à bibliofilia portuguesa, não só pela sua importância e raridade, mas sobretudo por nele incluir informação da maior utilidade ao estudo da edição de livros portugueses do século XVII a XIX. Conviveu com os grandes vultos da academia de Coimbra do seu tempo (como, entre outros, João de Deus, Tomás Ribeiro, Augusto Filipe Simões, Cândido de Figueiredo, Augusto César Barjona de Freitas, Rodrigo Veloso, Francisco António Rodrigues de Gusmão) e com outros autodidatas como ele (Joaquim Martins de Carvalho, Olímpio Nicolau Rui Fernandes e Manuel da Cruz Pereira Coutinho), participando com todos em diversas publicações periódicas. Publicou mais de duas centenas de obras e opúsculos (romances, teatro, poesia, história, filologia, genealogia, biografias, arqueologia, epigrafia, etc.) e várias centenas de artigos em publicações periódicas.
"... Não sei se alguem já viajou na sua livraria: na sua terra e no seu quarto já o fizeram o visconde de Almeida Garrelt e Xavier de Maistre. Pois eu, que não posso viajar por esse mundo, como desejára, e que já viajei com aquelles dois escriptores, intento fazer nova viagem sem sair de casa. Siga-me o leitor, se lhe apraz, que talvez não desgoste do que poderá ver. Mas, agora noto já que vae pretencioso o titulo de minhas viagens. Na minha livraria ! Qual livraria? Umas dezenas de velhos livros, promiscuamente enfleirados com alguns novos nas prateleiras, tabellas ou raios do uma estante, que já enfileirou uma frascalhada immensa com que já foi de um Boticario. (...) Não é, pois, rigorosa a denominação de livraria, por fallecerem á desinencia do termo os requisitos necessarios. Viajaremos por alguns centos de livros sómente; mas velhos e rélhos como a claustra da Sé, com encadernações de pergaminho ou de couro mordido da traça, sem belleza, sem graça, feios de veras. Siga-me, pois, o corajoso, aquelle que não teme a poeira e a carcoma, aquelle que gostar algum tanto do que é velho, além do boal cheiroso. Livraria ! ..."