Empreza Litteraria Luso-Brazileira de A. Sousa Pinto e Livraria Industrial de Lisboa & C.ª, Lisboa, 1880. In-8.º de LXIII-(2) págs. Encadernação meia inglesa com lombada e cantos em pele vermelha. Conserva capas de brochura. Apresenta duas rubricas de posse, no rosto e ante-rosto.
"Entre a afirmação fulgurante das Claridades do Sul e a suavidade da História de Jesus, Fome de Camões impõe-se sobretudo pelas intervenções da "musa da Revolta" e pelos prenúncios da nova epopeia da emancipação humana (O Anti-Cristo). Entretanto, a remergência do mito do Poeta, profético e saturniano, nos rituais literários do século XIX, impregnava a obra de Gomes Leal; e o tricentenário da morte de Camões, em 1880, suscita a realização cimeira desse vector: A Fome de Camões, fenomenologia da desgraça em poema épico-alegórico e celebração do "canto heróico, original e novo" que foi o de Camões e de quantos com ele partilharam a predestinação e a condição de génio desditoso".